2006, Gerson Bientinez
Valsa para Helena Kolody” (Gerson Bientinez/ Etel Frota), canta O Tao do Trio
Letra
Olho a janela azul do teu olhar sereno e transparente
espio a tua alma, misteriosa e calma esfinge eslava
e adivinho histórias de amor, arroubos de paixão
riso maravilhado, o amado, a febre e o tumulto do teu jovem casto coração
Amor sereno se perdeu na funda noite estrelada
secreto nome que ressoa em cânticos de devoção
folhagem de palavras ocultando assim a flor do coração
me embrenho nos teus versos, no rastro desta canção
À sombra do teu vôo sigo em busca do sol
é sempre madrugada quando este é o caminho
Nos beirais da vida em que fazes o teu ninho
meu olhar pousa em oração
Me olhas pelo espelho e teus olhos são os meus
a dor perde seu gume, ó lúcida loucura
Em ilhas interiores, neve resvalando, pranto a deslizar, cabelos de luar
bendito para sempre seja o teu trabalho e a graça do teu ser
Silente araucária, taça altiva erguida na intenção de Deus
bebo tua resina, entre os verdes galhos teus
Partitura
E daí? (Gerson Bientinez/ Etel Frota), canta Helena Bel
Letra
Quis entrar de sola
Tentou
jogar meu chiclete
cobrir meu decote
E daí?
Só xilique, só fricote
‘inda sou mais eu
Abaixou o rádio
Gritou
“Assim não tem quem agüente”
E daí?
Não me apoquente
me deixa sambar
Esnobou meu samba
Botou
pra tocar um disco de rock
Não tou nem aí
Samba ou rock , vem cá
co’a tua nega dançar
Quis cantar de galo
Surtou
Partiu pra ignorância
sem senso de noção
“A mulé é minha, ó a distância
não vem botá a mão”
Quis sair de casa
juntou os bagulhos
quase quebrou tudo
Pra que tanto barulho?
Deixa que eu te ajudo
porta da rua, serventia do lar
E daí, que desse jeito
dia desses sou eu que te mando embora
Fala comigo direito, tem dó
Desamarra esse nó no teu peito
eu sou mesmo feliz, e daí?
Pra viver em tão má companhia, antes só
Mas chorou arrependido
de joelhos me pedindo pra ficar
me cobriu de flor, de beijo, de colar
Desistiu de se invocar c’o decote
eu sou mesmo gostosa, e daí?
Se te serve, esse é o meu jeito de amar
E daí?